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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Aquarela do Brasil

Aquarela do Brasil
Ary Barroso
1939

"Aquarela do Brasil" é uma das mais populares canções brasileiras de todos os tempos, escrita pelo compositor mineiro Ary Barroso em 1939.

A canção "Aquarela do Brasil" foi composta numa noite de 1939 na qual Ary Barroso foi impedido de sair de casa devido a uma forte tempestade. Naquela mesma noite, também compôs "Três Lágrimas" antes que a chuva acabasse.

Antes de ser gravada, "Aquarela do Brasil", inicialmente chamada de "Aquarela Brasileira", foi apresentada pelo barítono Cândido Botelho no musical "Joujoux e Balangandans", espetáculo beneficente patrocinado por Darcy Vargas, a então primeira-dama.

A canção foi originalmente gravada por Francisco Alves, com arranjos e acompanhamento de Radamés Gnattali e Sua Orquestra, e lançada pela Odeon Records naquele mesmo ano. Foi também gravada por Aracy Côrtes e, apesar da popularidade da cantora, a canção não fez sucesso, talvez por não ter se adequado bem à voz dela.

Popularidade

O sucesso de "Aquarela do Brasil" demorou a se perpetuar. Em 1940, não conseguiu ficar entre as três primeiras colocadas no concurso de sambas carnavalescos, cujo júri era presidido por Heitor Villa-Lobos, com quem Ary Barroso cortou relações, que só foram retomadas quinze anos depois, quando ambos receberam a Comenda Nacional do Mérito. O sucesso só veio após a inclusão no filme de animação "Saludos Amigos", lançado em 1942 pelos Estúdios Disney. Foi a partir de então que a canção ganhou reconhecimento não só nacional como internacional, tendo se tornado a primeira canção brasileira com mais de um milhão de execuções nas rádios estadunidenses.

Devido à enorme popularidade conquistada nos Estados Unidos, a canção recebeu uma letra em inglês do compositor Bob Russell, escrita para Frank Sinatra em 1957. Desde então, já foi interpretada por cantores de praticamente todas as partes do mundo.

Durante a ditadura militar, Elis Regina interpretou aquela que talvez seja a versão mais sombria da canção, acompanhada por um coral que reproduzia os cantos dos povos indígenas do Brasil.

Críticas

A canção, por exaltar as qualidades e a grandiosidade do país, marcou o início do movimento que ficaria conhecido como samba-exaltação. Este movimento, por ser de natureza extremamente ufanista, era visto por vários como sendo favorável à ditadura de Getúlio Vargas, o que gerou críticas à Ary Barroso e à sua obra. No entanto, a família do compositor nega que ele algum dia tenha sido favorável à política de Getúlio Vargas, destacando o fato de que ele também escreveu "Salada Mista", gravada em outubro de 1938 por Carmen Miranda, uma canção contrária ao nazi-fascismo do qual Getúlio Vargas era simpatizante. Vale notar também que antes de seu lançamento, o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) vetou o verso "terra do samba e do pandeiro", por entender que era "depreciativo" para o Brasil. Ary Barroso teve de ir ao Departamento de Imprensa e Propaganda para convencer os censores da preservação do verso.

Outra crítica feita à obra de Ary Barroso, na época, foi que usava termos pouco usuais no cotidiano, tais como "inzoneiro", "merencória" e "trigueiro", e que abusava da redundância nos versos "meu Brasil brasileiro" e "esse coqueiro que dá coco". O autor se defendeu, dizendo que estas expressões são efeitos poéticos indissolúveis da composição. Na gravação original, Francisco Alves canta "mulato risoneiro" no lugar de "inzoneiro" por não ter compreendido a caligrafia ilegível de Ary Barroso.

Gravações Famosas

  • 1943 - Carmen Miranda em "Entre a Loura e a Morena"
  • 1957 - Frank Sinatra em "Come Fly With Me"
  • 1958 - Bing Crosby em "Fancy Meeting You Here"
  • 1960 - Ray Conniff em "Say It With Music (A Touch Of Latin)"
  • 1963 - Paul Anka em "Our Man Around The World"
  • 1970 - Antonio Carlos Jobim em "Stone Flower"
  • 1970 - Erasmo Carlos em "Erasmo Carlos & Os Tremendões"
  • 1975 - Elis Regina em "A Arte de Elis Regina"
  • 1976 - Chet Atkins em "Guitar Monsters"
  • 1976 - João Gilberto em "Amoroso"
  • 1980 - Gal Costa em "Aquarela Do Brasil"
  • 1980 - Simone em "Ao Vivo"
  • 1985 - Cláudya em "Luz Da Vida (Ao Vivo)"
  • 1987 - Ney Matogrosso em "Pescador De Pérolas"
  • 1988 - Emílio Santiago em "Aquarela Brasileira Vol. 1"
  • 1990 - Harry Belafonte em "Around The World With The Entertainers"
  • 1991 - Deborah Blando em "Different Story"
  • 1995 - Dionne Warwick em "Aquarela Do Brazil"
  • 1997 - Pink Martini em "Sympathique"
  • 1998 - Vengaboys em "To Brazil"
  • 2000 - Daniel Barenboim em "Brazilian Raphsody"
  • 2004 - Martinho da Vila em "Apresenta Mané do Cavaco"
  • 2005 - Arcade Fire em "Rebellion (Lies)"
  • 2005 - Daniela Mercury em "Balé Mulato"
  • 2005 - Plácido Domingo em "Lo Essencial de Plácido Domingo"
  • 2006 - Beirut em "Live At The Flying Anvil"

Usos Na Cultura Popular

Cinema
  • 1940 -Laranja da China
  • 1942 - Aquarela do Brasil
  • 1942 - Saludos Amigos (Segmento Aquarela do Brasil)
  • 1943 - The Gang's All Here
  • 1943 - Gals, Incorporated
  • 1943 - Popular Science
  • 1944 - The Three Caballeros
  • 1944 - Brazil
  • 1944 - Jam Session
  • 1948 - Sitting Pretty
  • 1955 - La Culpa De Los Hombres
  • 1956 - The Eddy Duchin Story
  • 1965 - Samba
  • 1972 - Os Inconfidentes
  • 1976 - Silent Movie
  • 1980 - Stardust Memories
  • 1985 - Brazil
  • 1998 - There's Something About Mary
  • 1999 - Being John Malkovich (Trailer)
  • 1999 - Three To Tango
  • 2000 - Woman On Top
  • 2002 - Carandiru
  • 2003 - Something's Gotta Give
  • 2004 - The Aviator
  • 2004 - Millions
  • 2006 - Sicko
  • 2007 - Bee Movie (Trailer)
  • 2008 - Wall-E (Trailer)
  • 2009 - Austrália

Televisão
  • Década de 90 - Alborghetti
  • 1996 - Dexter's Laboratory (Episódio: "Dimwit Dexter")
  • 2000 - Aquarela do Brasil (Tema de Abertura)
  • 2002 - The Simpsons (Episódio: "Blame It On Lisa")
  • 2007 - Vidas Opostas (Tema de Abertura)
  • 2007 - Eterna Magia (Tema do Rio de Janeiro)
  • 2008 - Eli Stone (Tema de Abertura)



Aquarela do Brasil

Brasil
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
Ô Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
Ô Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil, Brasil
Prá mim, prá mim

Ô abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil, Brasil
Deixa cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor
Quero ver a Sá Dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
Brasil, Brasil
Prá mim, prá mim

Brasil
Terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiferente
Ô Brasil, verde que dá
Para o mundo admirar
Ô Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil,Brasil
Prá mim, prá mim

Ô, esse coqueiro que dá coco
Oi onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil, Brasil
Ô oi estas fontes murmurantes
Oi onde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ô, esse Brasil
Lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil, Brasil
Prá mim, prá mim


Fonte: Wikipédia

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A Deusa da Minha Rua

A Deusa da Minha Rua
Newton Carlos Teixeira e Jorge Vidal Faraj
1939

"A Deusa da Minha Rua" foi composta em 1939 pela dupla de compositores, Newton Teixeira que compôs a bela melodia e Jorge Faraj que escreveu a letra.

A valsa está pautada nos amores impossíveis, onde a mulher é sempre adorada sem saber, ignorando ser objeto de uma paixão. Jorge Faraj foi muito feliz nesta valsa, descrevendo o contraste entre a beleza da musa e a pobreza da rua. Ele estabelece um poético jogo de imagens, comparando a poça d'água, que "transporta o céu para o chão", a seus próprios olhos, "espelhos de sua mágoa", que sonham com o olhar da mulher inatingível.

Mas essa obra-prima do romantismo que imperava na música da época deu trabalho para chegar ao disco, permanecendo inédita por três anos. Primeiro Jorge Faraj não aprovou a melodia, obrigando Newton Teixeira a refazê-la. Depois foi Sílvio Caldas que, escolhido para interpretá-la, mostrou-se desinteressado, achando sempre uma desculpa para adiar a gravação. "Até que um dia" - contou Newton Teixeira ao pesquisador Lauro Gomes de Araújo - "perdendo a paciência, tive que tirar o Sílvio Caldas de uma roda no Café Nice e praticamente arrastá-lo ao estúdio". Mas o importante é que o disco foi um sucesso, com ótima interpretação do cantor.

Um detalhe: o afinado acordeon que participa da gravação original é tocado pelo argentino Heriberto Muraro, mais conhecido como pianista.

"A Deusa da Minha Rua" fica para a história como uma das mais belas canções românticas da Música Popular Brasileira.

A canção esteve presente nas trilhas das novelas "Desejo Proibido" (2007/2008) na voz de Ivo Pessoa, e "Vida Nova" (1988/1989), interpretada por Sílvio Caldas. Fez parte também da trilha sonora do filme "Lisbela e o Prisioneiro" (2003) por Geraldo Maia e Yamandú Costa.

Newton Teixeira, autor da música, foi cantor, compositor e violonista, tendo acompanhado os maiores cantores românticos da época, foi autor de inúmeros sucessos. Teve como parceiros entre outros Jorge FarajDavid NasserMário LagoMário RossiCristóvão de AlencarTorres Homem e muitos outros.

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Newton Carlos Teixeira, visite o blog Famosos Que Partiram.

Jorge Faraj foi um compositor e jornalista. Nasceu no Rio de Janeiro em  09/07/1901 e faleceu em 14/06/1963 no Hospital da Curicica, no Rio de Janeiro. A biografia de Jorge Faraj se encontra na lista de pendências do blog Famosos Que Partiram.



A Deusa da Minha Rua

A deusa da minha rua
Tem os olhos onde a lua
Costuma se embriagar
Nos seus olhos eu suponho
Que o sol, num dourado sonho
Vai claridade buscar

Minha rua é sem graça
Mas quando por ela passa
Seu vulto que me seduz
A ruazinha modesta
É uma paisagem de festa
É uma cascata de luz

Na rua uma poça d'água
Espelho da minha mágoa
Transporta o céu
Para o chão
Tal qual o chão de minha vida
A minh'alma comovida
O meu pobre coração

Espelho da minha mágoa
Meus olhos
São poças d'água
Sonhando com seu olhar
Ela é tão rica e eu tão pobre
Eu sou plebeu
Ela é nobre
Não vale a pena sonhar


Fonte: Museu da Canção