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sexta-feira, 29 de março de 2013

Lábios Que Eu Beijei

Lábios Que Eu Beijei
J. Cascata e Leonel Azevedo
1937

"Lábios Que Eu Beijei" é uma composição de J. Cascata e Leonel Azevedo, gravada em 78 rpm por Orlando Silva no ano de 1937, se tornando assim um dos maiores sucessos de sua brilhante carreira, tendo no verso do disco, da mesma dupla J. Cascata e Leonel Azevedo, o samba "Juramento Falso", ambos com a Orquestra Vitor Brasileira sob regência de Radamés Gnattali.

Para conhecer mais sobre a vida e obra de J. CascataOrlando Silva Radamés Gnattali, visite o blog Famosos Que Partiram.



Lábios Que Eu Beijei

Lábios que beijei
Mãos que afaguei
Numa noite de luar, assim
O mar na solidão bramia
E o vento a soluçar, pedia
Que fosses sincera para mim

Nada tu ouviste
E logo que partiste
Para os braços de outro amor
Eu fiquei chorando
Minha mágoa cantando
Sou estátua perenal da dor

Passo os dias soluçando com meu pinho
Carpindo a minha dor, sozinho
Sem esperanças de vê-la jamais
Deus tem compaixão deste infeliz
Porque sofrer assim
Compadecei-vos dos meus ais.
Tua imagem permanece imaculada
Em minha retina cansada
De chorar por teu amor
Lábios que beijei
Mãos que afaguei
Volta vem curar a minha dor


Fonte: Cifra Club

segunda-feira, 11 de março de 2013

Chão de Estrelas

Chão de Estrelas
Orestes Barbosa e Sílvio Caldas
1937

"Chão de Estrelas" é uma célebre seresta cuja composição ficou a cargo de Orestes Barbosa e Sílvio Caldas no ano de 1937, considerada um clássico da Música Popular Brasileira. Anos mais tarde, uma versão jocosa foi gravada pelos Mutantes.

Sobre "Chão de Estrelas", escreveu o poeta Manuel Bandeira:

"Se fizessem aqui um concurso, como fizeram na França, para apurar qual o verso mais bonito da nossa língua, talvez eu votasse naquele de Orestes Barbosa em que ele diz: "Tu pisavas os astros distraída..."
(Jornal do Brasil, 18 de janeiro de 1956)

Para conhecer mais sobre a vida e obra de Orestes BarbosaSílvio Caldas e Manuel Bandeira, visite o blog Famosos Que Partiram.



Chão de Estrelas

Minha vida era um palco iluminado
Eu vivia vestido de 'doirado'
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações
Nosso barracão no morro do salgueiro
Tinha o cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E hoje, quando do sol, a claridade
Forra o meu barracão, sinto saudade
Da mulher pomba-rola que voou
Nossas roupas comuns dependuradas
Na corda qual bandeiras agitadas
Pareciam um estranho festival
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional
A porta do barraco era sem trinco
Mas a lua furando nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão
Tu pisavas nos astros distraída
Sem saber que a alegria desta vida
É a cabrocha, o luar e o violão


Fonte: Wikipédia

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Último Desejo

Último Desejo
Noel Rosa e Vadico
1937

"Último Desejo" foi composta no ano de 1937 quando Noel Rosa com tuberculose já em estágio bastante avançado, e sentindo que não viveria muito tempo, compôs em homenagem a Juraci Correia de MoraesCeci, bailarina de cabaré e grande paixão do compositor.

Esta composição foi uma espécie de despedida de Noel Rosa em relação à sua amada. Foi sua penúltima composição cuja letra foi entregue a Ceci por um amigo comum pouco antes do falecimento de Noel Rosa.

Aos condenados dá-se o direito ao último desejo. Noel Rosa conhecia a gravidade de seu estado de saúde e sabia que não lhe restaria mais muito tempo. Todas as tentativas de repouso para recuperação em cidades e abrigos de clima ameno, procuradas por orientação médica, são seguidas e mostraram-se ineficientes, mas ainda encontrou forças para compor, mesmo que já não a tivesse para cantar. Agora estava magro, muito magro e sentia fraqueza geral. Passou em casa seus últimos momentos.

Três de seus melhores sambas foram compostos no ano de sua morte: "Eu Sei Sofrer", "Prá Que Mentir", com música de Vadico, e "Último Desejo". São obras irretocáveis, de grande beleza estética e vivacidade. Recados cruéis e diretos a quem tanto ama, e formam uma mágica trilogia de dor e de coragem. Encerram em si a mais bela pintura psicológica de um ser em luta para exercer dignamente seu direito de vida no tempo que ainda lhe restar. Às 16:30 horas do dia 04/05/1937, deu-se por vencido.

Seu último desejo seria mensagem particular e silenciosa, que Ceci, grande paixão do compositor, levaria consigo pela vida.  Em "Fita Amarela", quando se refere à morte pela primeira vez, utilizou-a como mera força de expressão literária. Já em "Pela Décima Vez" a tuberculose lhe atormentava e o amor lhe parecia um veneno fatal. Apareceu o medo. Noel Rosa enfrentou a terrível ameaça com suas armas afiadas: ironia e sarcasmo.

O mestre do samba, do amor, da paixão, também grande na graça, tornou-se então o poeta da morte. Ria de si mesmo para mostrar ao mundo sua nobreza e poder. A força da intuição e criatividade, na fascinante profissão de juntar notas e palavras para transformar sonhos em realidade, e a transfigurá-la em sonho novamente. A arte de fazer chorar e rir, rir e chorar; viver e morrer, morrer e viver em ciclo infinito.

Para conhecer mais sobre a vida e obra do cantor, compositor e violonista Noel Rosa e de Vadico, visite o blog Famosos Que Partiram.



Último Desejo

Nosso amor que eu não esqueço
E que teve o seu começo
Numa festa de São João 

Morre hoje sem foguete
Sem retrato e sem bilhete 
Sem luar, sem violão

Perto de você me calo 
Tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar

Nunca mais quero o seu beijo 
Mas meu último desejo
Você não pode negar

Se alguma pessoa amiga
Pedir que você lhe diga 
Se você me quer ou não

Diga que você me adora
Que você lamenta e chora
A nossa separação

Às pessoas que eu detesto 
Diga sempre que eu não presto
Que meu lar é um botequim

E que eu arruinei sua vida 
Que eu não mereço a comida
Que você pagou pra mim