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quinta-feira, 12 de março de 2015

Me Chama

ME CHAMA
Lobão
1984

Com o único álbum que lançou acompanhado da banda Os Ronaldos, Lobão emplacou o maior sucesso de sua carreira, que teve como maior mérito posicioná-lo em um patamar único no rock nacional: o de ser o compositor solitário de uma música regravada por artistas tão diversos como Marina Lima e João Gilberto. A versão do papa da bossa, aliás, omite o refrão que tornou a canção originalmente famosa.
(Pablo Miyazawa)

"Me Chama" é um dos maiores sucessos da carreira de Lobão, lançada em 1984, regravada por diversos cantores, a canção ganhou o Brasil com o álbum "Ronaldo Foi Pra Guerra", do antigo grupo de Lobão, chamado Lobão e os Ronaldos.

Lobão fala sobre a criação da música:

"'Me Chama' foi feita aos pedaços. Primeiro, me veio na cabeça uma frase de constatação que me perseguia: 'Nem sempre se vê mágica no absurdo'. Foi a motivação original para que eu pensasse em transformar aquilo numa canção. Em seguida, fiz uma linha melódica que acabou migrando para se tornar 'Noite e Dia', parceria com o Julio Barroso. E lá estava a frase, órfã novamente, esperando por outra melodia.
Dois anos depois, estava dedilhando o violão e me veio uma linha que tinha achado particularmente vulgar. Coisa que logo descartaria, não fosse por um amigo, que ouviu o som:
'Isso é um puta hit! Acaba logo isso!'
Pronto, já tinha uma melodia e uma frase. Mas faltava o resto, a 'lágrima no escuro'. Meses depois, voltei da Holanda, onde deixei minha namorada lá por seu pai ter morrido, e a 'nem sempre se vê' voltou a martelar. Sozinho, por puro tédio, decidi pintar as paredes da sala num dia de frio, chuva e telefone cortado. Como só recebia ligação de fora, eu olhava para o telefone e vinha a premente necessidade de rezar para ela me ligar. Daí, nasceu a canção como a conhecemos.
Me orgulho de ter uma canção que muitos gostam de cantar e gravar. Na versão da Marina, inclusive, fui eu quem gravou a bateria. Um pouco preocupado, pois achava que o refrão tinha que ser mais cadenciado para passar a dramaticidade da frase. Ela achava o oposto, que o refrão era um puta gancho se fosse tocado de um modo mais 'pra frente'. Toquei como ela queria e fiquei feliz por ter deixado a Marina satisfeita, e por ter sido ela a responsável pela canção virar um sucesso.
Quanto à versão do João Gilberto, achei carinhoso da parte dele inserir uma canção minha em seu repertório, uma vez que ele já não gravava nada diferente havia uns 20 anos. O arranjo ficou lindo, a interpretação impecável. Minha pequena aflição consiste em perceber que a frase do refrão que originou a música foi evaporada. Depois, vim a saber, pelo próprio João Gilberto, que ele a tirou por não ter entendido o significado. Como já dizia eu, nem sempre se vê mágica no absurdo."




Me Chama

Chove lá fora e aqui tá tanto frio, 
me dá vontade de saber.
Aonde está você? 
Me telefona 
Me Chama! Me Chama! 
Me Chama!... 

Nem sempre se vê 
Lágrima no escuro 
Lágrima no escuro 
Lágrima!... 

Tá tudo cinza sem você, tá tão vazio 
E a noite fica sem porque.
Aonde está você? 
Me telefona 
Me Chama! Me Chama! 
Me Chama... 

Nem sempre se vê! 
Mágica no absurdo 
Mágica no absurdo 
Mágica!... 

Nem sempre se vê! 
Lágrima no escuro 
Lágrima no escuro 
Lágrima!... 

Nem sempre se vê! 
Mágica no absurdo 
Mágica no absurdo 
Mágica!... 

Nem sempre se vê! 
Lágrima no escuro 
Lágrima no escuro 
Lágrima!...