Ary Barroso e Lamartine Babo
1931
1931
"No Rancho Fundo" foi composta por Ary Barroso em 1931, com versos de J. Carlos para a peça musical "É do Balacobaco", com o nome de "Na Grota Funda".
Durante a apresentação da peça, Lamartine Babo, outro fabuloso compositor brasileiro, ficou tão impressionado pela música que resolveu fazer outros versos e deu novo título, passando a chamar-se "No Rancho Fundo".
Durante a apresentação da peça, Lamartine Babo, outro fabuloso compositor brasileiro, ficou tão impressionado pela música que resolveu fazer outros versos e deu novo título, passando a chamar-se "No Rancho Fundo".
A primeira gravação da música "No Rancho Fundo" foi com a cantora Elisinha Coelho com acompanhamento de piano e dois violões. Nascia assim a parceria de Ary Barroso com Lamartine Babo.
Os maiores sucessos de Ary Barroso foram "Aquarela do Brasil", "No Tabuleiro da Baiana", "Boneca de Pixe" (com Luis Iglésias), "Na Baixa do Sapateiro", "Dá Nela", "É Luxo Só", "No Rancho Fundo" (com Lamartine Babo), "Risque", "Faceira" e muitos outros.
Entre os grandes sucessos de Lamartine Babo estão "Teu Cabelo Não Nega" (com Irmãos Valença), "No Rancho Fundo" (com Ary Barroso), "Rasguei a Minha Fantasia", "Isto é Lá Com Santo Antônio", "Chegou a Hora da Fogueira", "Nada Além", "A.E.I.O.U." (com Noel Rosa). Foi o autor dos hinos de 11 clubes de futebol do Rio de Janeiro, entre os quais Flamengo, Fluminense, Vasco da Gama, Botafogo e América seu clube de coração.
Para conhecer mais sobre a vida e obra de Ary Barroso e Lamartine Babo, visite o blog Famosos Que Partiram.
Para conhecer mais sobre a vida e obra de Ary Barroso e Lamartine Babo, visite o blog Famosos Que Partiram.
No Rancho Fundo
No rancho fundo
Bem prá lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade
Contam coisas da cidade
No rancho fundo
De olhar triste e profundo
Um moreno canta as máguas
Tendo os olhos rasos d'água
Pobre moreno
Que de noite no sereno
Espera a lua no terreiro
Tendo um cigarro
Por companheiro
Sem um aceno
Ele pega na viola
E a lua por esmola
Vem pro quintal
Desse moreno
No rancho fundo
Bem prá lá do fim do mundo
Nunca mais houve alegria
Nem de noite, nem de dia
Os arvoredos
Já não contam
Mais segredos
E a última palmeira
Já morreu na cordilheira
Os passarinhos
Internaram-se nos ninhos
De tão triste esta tristeza
Enche de trevas a natureza
Tudo por que
Só por causa do moreno
Que era grande, hoje é pequeno
Pra uma casa de sapê
Se Deus soubesse
Da tristeza lá serra
Mandaria lá prá cima
Todo o amor que há na terra
Porque o moreno
Vive louco de saudade
Só por causa do veneno
Das mulheres da cidade...
Ele que era
O cantor da primavera
E que fez do rancho fundo
O céu melhor
Que tem no mundo...
Se uma flor desabrocha
E o sol queima
A montanha vai gelando
Lembra o cheiro
Da morena
Fonte: Paixão e Romance
Tão só a primeira interpretação restitui toda a delicadeza e intensidade dos versos desta inesquecível composição.
ResponderExcluirA minha versão favorita é a do Eduardo Dusek.
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